Assim como qualquer cosmético, a composição química do esmalte pode conter substâncias que prejudicam a saúde. A seguir, veja quais são e o que fazem:
O que o esmalte faz no corpo?
De acordo com a dermatologista Cintia Guedes Mendonça, da clínica Vitalli, diversos estudos mostram que as substâncias que compõem os esmaltes são absorvidas pelas unhas e excretadas pela urina horas após a aplicação.
Isso significa que tais materiais são absorvidos pelos vasos capilares da cutícula e circulam pelo organismo, podendo causar diversas reações.
Veja quais são os principais químicos encontrados:
Fostato de trifenila mexe com a tireoide, reprodução e o DNA
Um estudo da Universidade de Duke e do Grupo de Trabalho Ambiental, publicado no Environment International, analisou mulheres que usam esmaltes e descobriu que todas apresentaram níveis elevados de fostato de trifenila – também chamado de TPHP ou trifenilfosfato – de 10 a 14 horas após pintar as unhas.
A trifenila nos esmaltes é usada para deixá-lo flexível e com menos chance se craquelar. Apesar do benefício estético, pode causar alterações reprodutivas, na tireoide e no DNA.
Esse químico ainda é a razão pela qual o esmalte pode alterar o metabolismo.
Tolueno causa alergia e prejudica o feto
Segundo a dermatologista Cintia Guedes, o tolueno é o solvente utilizado em esmaltes que mais provoca alergias. “Além disso, se ele for inalado durante a gestação pode prejudicar o crescimento do feto, causar prematuridade ou malformações”, alerta.
Formol pode ser tóxico, cancerígeno e alterar a reprodução
Também chamado de formaldeído, é um químico carcinogênico para humanos, segundo o Programa Toxicológico Nacional Americano (NTP), sendo associado à câncer nasal, alterações reprodutivas e toxidade nos genes.
Apesar dos riscos, ainda são necessários novos estudos para avaliar se o formol tem efeitos negativos quando contido nos esmaltes.
Ftalatos afetam a capacidade reprodutiva e órgãos sexuais
“Os ftalatos são ligados ao desenvolvimento prejudicado dos órgãos sexuais masculinos em fetos. Já em adultos, podem causar problemas de reprodução”, afirma a médica.
Por motivos éticos, não são realizados testes em gestantes que possam comprovar as alterações fetais. Assim, o ideal é que grávidas e lactantes evitem passar produtos com esses químicos no esmalte, a fim de evitar riscos.
O que fazer?
Se as substâncias do esmalte que você usa são tóxicas, não se preocupe demais. Os prejuízos ocorrem somente perante exposição frequente e prolongada aos químicos, além de ser necessário ter predisposição genética para o desenvolvimento de algumas condições.
Apesar disso, a especialista recomenda sempre ler os rótulos dos produtos para verificar a presença de tais componentes e evitá-los.
“Outra opção é comprar esmaltes cuja embalagem apresenta as informações ‘3 free’, ‘5 free’, ‘7 free’ ou ‘9 free’, ou seja, que não possuem substâncias tóxicas em sua composição. O ‘3 free’, por exemplo, não contém formol, tolueno e dibutilftalato”, afirma.
ESCRITO PORLIGIA LOTÉRIO